quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Atraso em pagamento do programa: Minha Casa Minha Vida

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro os atrasos nos repasses federais somam cerca de 60 dias. “Antes, a regra era o pagamento ser feito dois dias depois da medição (etapa em que fiscais da Caixa Econômica ou do Banco do Brasil examinam o andamento da obra). Em julho, o governo aumentou esse prazo pra 15 dias. O problema é que, desde as eleições, não houve mais pagamento. E agora ninguém sabe mais como vai ser a nova regra”, conta.

Conforme Montenegro, as dúvidas quanto às próximas datas de pagamento são hoje o maior obstáculo para que o setor mantenha as vagas dos trabalhadores. “Nós já tivemos em torno de 2 mil pessoas (demitidas). Se o governo não sinalizar com a data do pagamento ou com a forma nova que o pagamento vai ser feito, nós teremos demissões, a partir de sexta-feira, bastante grandes. Nós estimamos que sejam em torno de 3 mil a 4 mil pessoas”, salienta.

Montante

O presidente do Sinduscon-CE disse não poder precisar quanto somam os repasses atrasados no Ceará, já que nem todas as empresas que realizam o serviço no Estado são vinculadas ao sindicato. No Brasil, destaca, o montante totaliza entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.

Efeito na cadeia

Segundo o presidente eleito do Sindicato das Indústrias de Cerâmicas e Premoldados do Ceará (Sindicerâmica), Marcelo Tavares, as fábricas do setor ainda não sentiram fortemente os impactos do atraso porque muitas das construtoras clientes têm arcado com a demora nos repasses com o próprio capital. Entretanto, ressalta, há o receio de que, diante do estoque de materiais, haja demissões nas empresas, no curto prazo, sobretudo porque em torno de 95% das fábricas é de pequeno porte.

Sem resposta

Na tarde de ontem, a reportagem questionou ao Ministério das Cidades – a quem cabe gerenciar os repasses – por que os pagamentos estavam atrasados, quanto eles somavam e quando seriam retomados. Embora não tenha comentado as declarações feitas, nas últimas semanas, por diversas entidades ligadas à construção civil, a pasta não respondeu nenhuma das perguntas e limitou-se a afirmar que “o cronograma de pagamentos do programa Minha Casa Minha Vida segue com o fluxo normal”.

Fonte: Diário do nordeste



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